6 de setembro de 2024
Na quarta-feira, 4, na ESG Double Week do Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil foi realizado o Painel 8: Como as divulgações de sustentabilidade atuais afetam a governança das empresas e qual a expectativa com relação às novas normas.
O painel abordou como as empresas de grande porte produzem os relatórios atuais e qual a expectativa em relação às novas normas do ISSB. Participaram: Valéria Café, diretora geral do IBGC, Leandro Almeida, coordenador da Comissão de ESG da Abrasca, José Victor Sousa, head de Relatórios Financeiros e Controles Internos da Vale, Alexandre Carboni Machado, membro do GT Sustentabilidade e ESG do Ibracon, e Virginia Nicolau Gonçalves, gerente de reporte ESG em RI do Itaú.
A diretora geral do IBGC, Valéria Café, falou sobre o que é necessário para a implementação das regras do CBPS S1 e S2. “Para que uma organização implemente as regras do CBPS S1 e S2, é necessário um reforço não apenas na estrutura, mas também na perspectiva dos agentes de governança envolvidos nesse processo. É essencial que uma estratégia de sustentabilidade seja revisada e aprovada, integrando processos e controles para alinhar as questões de sustentabilidade com as questões financeiras. Não se pode esquecer da importância da asseguração, fundamental para garantir a conformidade, bem como do papel fundamental do comitê de auditoria e das linhas de defesa na implementação dessas práticas.” explica.
Em relação as normas S1 e S2, Valéria ressalta que é importante que o Conselho tenha domínio sobre os temas de ESG. “O conselho da empresa precisa ter domínio sobre os temas de ESG. É fundamental que, se não todos, ao menos um membro tenha conhecimento das questões climáticas e das normas S1 e S2, além das futuras normas sobre biodiversidade e direitos humanos, que devem ser lançadas em breve. A estrutura dos comitês de apoio, especialmente os de auditoria, deve estar preparada para essa nova realidade.” comenta a diretora geral do IBGC.
Leandro Almeida, coordenador da Comissão de ESG da Abrasca, por sua vez destaca um importante aspecto da governança nesse contexto. “Um aspecto importante relacionado à governança é a definição de qual área será responsável pela consolidação das informações e elaboração do relatório para atendimento aos requisitos do ISSB, S1 e S2.A área principal responsável por esse processo é a financeira e de controladoria, já que a responsabilidade final recai sobre o contador. No entanto, esse trabalho também envolve significativamente as áreas de sustentabilidade corporativa e relações com investidores.” ressalta.
Alexandre Carboni Machado, membro do GT Sustentabilidade e ESG do Ibracon, que atuou como moderador do painel, disse em sua explanação sobre as expectativas em relação à divulgação das informações de sustentabilidade. “Há uma expectativa interessante em relação à divulgação das informações de sustentabilidade. Inicialmente, muitos acreditavam que o principal motivo para a divulgação era apenas o cumprimento de regulações.No entanto, ficou claro que essa expectativa vai além, englobando também o atendimento às demandas da sociedade como um todo.” comenta.
Em linha com Alexandre Carboni sobre as expectativas das empresas em relação a divulgação das normas, José Victor Sousa, head de Relatórios Financeiros e Controles Internos da Vale, disse que não há mais espaço para que a sustentabilidade e a responsabilidade social não sejam uma preocupação permanente das empresas. “Esse talvez seja o grande benefício do movimento que estamos vivenciando nos últimos tempos.”, disse.
Sobre o papel da auditoria, José Victor ressalta que é fundamental para garantir a confiabilidade dos dados apresentados ao mercado. “Sobre a auditoria, seu papel é fundamental para garantir a confiabilidade dos dados apresentados ao mercado. Mesmo com uma asseguração limitada, nossa experiência com o relato integrado tem sido muito positiva. É importante que os auditores aproveitem essa oportunidade para realmente ajudar as companhias a implementar esses processos e encontrar as respostas corretas. As firmas de auditoria não apenas elaboram relatórios, mas também desempenham um papel importante ao indicar soluções e orientar as empresas sobre as melhores práticas.” explica.
No painel, Virginia Nicolau Gonçalves, gerente de reporte ESG em RI do Itaú, explicou que o Itaú ainda não se posicionou como uma das empresas que farão um report voluntário, mas tem a clara percepção de que não podem ficar parados. “Não dá para esperar que a norma se torne obrigatória. Por isso, estamos trabalhando intensamente para antecipar ao máximo as ações e garantir a aderência aos futuros reports do banco.” disse.
Virginia ainda comentou que as informações que antes eram exclusivas da área de sustentabilidade, como dados sociais, ambientais e de governança, agora estão sendo incorporadas à agenda financeira. Nos últimos dois anos, o Itaú passou a incluir em seu portfólio o relatório climático, que reúne todas as informações relacionadas ao clima, e o relatório ESG, que se concentra em informações sociais. “Produzir um relatório ESG significa engajar praticamente toda a organização. As empresas têm a responsabilidade de antecipar ações e compreender o que pode ser feito, tanto do lado das instituições quanto internamente.”, disse.
Por Comunicação Ibracon
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