Artigo: Orgulho de ser auditor independente - Ibracon
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Artigo: Orgulho de ser auditor independente

27 de setembro de 2018

Francisco Sant’Anna*

Transcorre em 2018, a quarta edição anual do Dia do Orgulho de ser Auditor, 27 de setembro. A comemoração é promovida pelo Center for Audit Quality / Centro de Qualidade de Auditoria (CAQ), com sede em Washington, DC (EUA), ligado ao American Institute of Certified Public Accountants / Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA).

Nessa data, por meio da hashtag #AuditorProud, milhares de profissionais de todo o mundo relatam sua história nas redes sociais, testemunhando o quanto seu trabalho pode ser gratificante e o quanto contribuem para a melhoria do mercado de capitais, o ambiente de negócios, a transparência e a ética.

A iniciativa objetiva aumentar a confiança dos investidores e da sociedade no mercado de capitais, considerando o peso e influência das companhias auditadas, na economia como um todo. Outra meta relevante é demonstrar aos estudantes e jovens a possibilidade de uma carreira estimulante e promissora. De fato, é motivo de orgulho uma profissão que contribui para a credibilidade e melhoria do ambiente de negócios, que prima pela ética e responsabilidade perante a Nação, os cidadãos e o setor público, que exige e possibilita a educação continuada e abre a oportunidade de participação voluntária em instituições dedicadas ao constante desenvolvimento da atividade, como o Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

A atuação do Ibracon evidencia a relevância dessas entidades. O instituto tem cumprido consistente missão no sentido de manter a confiança da sociedade na auditoria independente e difundir o papel da atuação profissional, salvaguardando e promovendo os padrões de excelência da atividade. Mantém projeto de Educação Profissional Continuada, sendo capacitador do programa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), realiza eventos voltados ao compartilhamento de conhecimento e atualização profissional, como sua Conferência anual (já em 8ª edição) e contribui para o aperfeiçoamento normativo, incluindo a convergência do Brasil às normas internacionais, atuando em sinergia com as demais entidades contábeis.

No tocante à realização pessoal e profissional, o auditor independente pode desenvolver um plano de carreira planejada e segura, tendo plenas condições de se tornar sócio das firmas de auditoria. Nas pequenas e médias firmas, as possibilidades também são amplas e promissoras, inclusive viabilizando o empreendedorismo e o atendimento a uma parcela muito relevante do mercado. Trata-se de uma atividade, independentemente do porte das organizações, que favorece muito a atração e a retenção de talentos, estabelecendo-se um círculo virtuoso relativo ao constante aperfeiçoamento do mercado e à formação de recursos humanos cada vez mais qualificados.

Quanto ao significado da profissão para a sociedade, nota-se ser crescente a percepção de sua importância para que exista mais transparência, lisura e integridade em todas as relações econômicas, no setor público e na sua interação com a iniciativa privada. Esta é uma demanda forte no âmbito da civilização global e muito presente em nosso país, na esteira da Operação Lava Jato, que inaugurou um novo ciclo na luta dos brasileiros contra a corrupção e a impunidade.

Nesse contexto, é fundamental tornar cada vez mais claro que o auditor contribui para a prevalência desses propósitos, atuando em conformidade com as normas da profissão, que estabelecem o seguinte: “O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo profissional se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com as práticas contábeis aplicáveis”.

Exemplo recente é o Novo Relatório do Auditor, que passou a ser emitido no Brasil a partir de 2017 sobre as demonstrações contábeis com exercício findo em 31 de dezembro de 2016 de companhias listadas. Além dos ganhos obtidos na relação entre auditores, a administração e os órgãos de governança corporativa das empresas auditadas, o Novo Relatório do Auditor trouxe consigo a inclusão da seção Principais Assuntos de Auditoria (PAAs) que indica os assuntos de maior relevância identificados no processo de auditoria.

Recente estudo do Ibracon, referente a 564 companhias abertas no mercado de capitais brasileiro e os relatórios de auditoria emitidos sobre suas demonstrações contábeis publicadas para o exercício findo em 31 de dezembro de 2017, identificou, dentre outras observações, que os auditores levantaram para esse universo de empresas nada mais, nada menos do que 1.404 PAAs, ou seja, é perceptível a contribuição do trabalho do auditor para um ambiente de negócios com mais conformidade, objetividade e transparência.

É necessário que a sociedade tenha percepção cada vez mais clara do papel, significado e alcance do trabalho dos auditores independentes, profissão que exerço com grande satisfação e alegria, consciente da contribuição de nossa atividade no Brasil e no mundo para o interesse público, o que resulta ´neste meu imenso orgulho de ser auditor independente.

*Francisco Sant’Anna é presidente do Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.