28 de julho de 2023
Por Comitê de Diversidade e Inclusão do Ibracon
Na Auditoria Independente, onde as pessoas são o maior diferencial da profissão, buscar promover relações saudáveis e fortalecer a coesão social, é uma necessidade continua. Em uma cultura organizacional, onde o senso de pertencimento é fomentado, promover a colaboração, a empatia e a compreensão mútua permitem que todos se sintam importantes e pertencentes. Isso incentiva a diversidade de perspectivas e a valorização das contribuições individuais.
As novas gerações, como a Geração Z e a Geração Y (também conhecida como Millennials), que estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho, trouxeram uma mudança significativa em relação ao senso de pertencimento no ambiente de trabalho. Esses profissionais valorizam a conexão emocional com a organização e buscam um senso de propósito e significado em suas carreiras.
Pensando nesta nova realidade, muitas empresas têm avançado com esta agenda internamente. De acordo com um estudo da Gallup, realizado em 2023, feito em 142 países, constatou-se que, após uma queda em 2020, devido a pandemia da Covid-19, o engajamento dos funcionários tem aumentado no mundo todo, chegando a 23% do total – o maior resultado da série histórica, iniciada em 2009, quando apenas 12% dos pesquisados se declararam engajados. O significado disso é que, cada vez mais, precisamos fortalecer a cultura do engajamento para que mais pessoas considerem o seu trabalho significativo ou encontrem um alinhamento de seus propósitos para que as organizações consigam um desempenho e desenvolvimento efetivo dos talentos.
No Brasil, este número é acima da média: 27% são engajados, ou altamente produtivos e comprometidos em prover valor para suas empresas. Tal dado se mostra ainda mais relevante quando comparado com a média dos demais 20 países pesquisados da América Latina, que ficou em 21%, segundo o estudo.
Há, porém, um espaço grande para avançar, uma vez que 62% dos pesquisados no Brasil se consideram pouco engajados. É fato que profissionais que se sentem parte da empresa e encontram propósito no seu trabalho conseguem, efetivamente, entregar melhores resultados.
Por outro lado, sabemos que, mesmo com engajamento, reter pessoas ainda é um desafio para as empresas. Conforme uma pesquisa da PageGroup, realizada em 2023, 96% dos profissionais empregados no Brasil estão abertos a novas propostas, número maior do que a média mundial, que é de 90%.
Isso demonstra o quão difícil tem sido para as organizações terem sucesso nas suas estratégias de retenção de talentos. Mas, como uma cultura do pertencimento pode contribuir?
Quando profissionais se sentem valorizados e conectados com a cultura da empresa, são mais propensos a permanecerem a longo prazo, reduzindo os custos associados à rotatividade, como a contratação e treinamento de novos colaboradores, bem como promover a continuidade e estabilidade nas equipes de trabalho.
Para a promoção efetiva da retenção de talentos nas firmas de auditoria, tem se trabalhado fortemente o fomento e a criação de espaços seguros onde os profissionais aumentem a percepção de que fazem parte de algo maior, sendo reconhecido, valorizado e integrado ao contexto em que está inserido. Quando o profissional se identifica com os valores e a cultura da empresa, há um maior engajamento em todos os sentidos, uma vez que o trabalho ganha mais propósito. Esta equação lógica gera novos contornos e quando entramos no assunto diversidade e inclusão, também surgem novos desafios.
Para que as pessoas se sintam parte de algo, é essencial que consigam se sentir representadas.
No caso de uma organização, ocorre o mesmo. Por exemplo, um colaborador LGBTQIA+ não sentirá que pertence a uma empresa onde ele é o único representante desta parcela da população. Esse cenário muda quando ele consegue se enxergar no quadro de funcionários, e perceber que a organização está genuinamente comprometida em trabalhar o tema dentro e fora dos seus espaços.
Tal exemplo se aplica a mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência e outros grupos minorizados da população. Ao criar um ambiente onde todos se sintam respeitados e representados, independentemente de sua origem, gênero, raça ou orientação sexual, as empresas podem atrair e reter uma força de trabalho diversificada, trazendo uma variedade de perspectivas, experiências, habilidades e visões de mundo. Isso reflete, sem nenhuma dúvida, no desempenho e resultados de toda a organização, mas acima de tudo, na retenção dessas pessoas.
A cultura do pertencimento precisa ser construída com base na transparência, na comunicação aberta e na igualdade de oportunidades, por meio da promoção de programas de desenvolvimento e capacitação, bem como ações de integração. Também podemos destacar o fundamental papel das lideranças, em promover um ambiente inclusivo onde cada colaborador se sinta valorizado, respeitado e parte integral da empresa, fortalecendo o engajamento e consequentemente aumentando a retenção de talentos diversos. Investir na cultura de pertencimento é uma atitude que, a longo prazo, pode garantir o sucesso e a sustentabilidade de uma organização e das suas pessoas.
Reforçar a cultura de pertencimento na Auditoria Independente é uma jornada contínua que encontra relevância na Bandeira da profissão: Fortalecimento da cultura de diversidade e inclusão. O Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil tem dedicado esforços na abordagem do tema por meio de diferentes iniciativas realizadas com o apoio do nosso comitê de D&I, com destaque para webinars, artigos e o painel “Pertencimento – importância para você e sua empresa” realizado na Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente do Ibracon reforçando o posicionamento de um Instituto dedicado a representar uma atividade com foco no interesse público.
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